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Missional, além do modismo

Seguindo o modelo de Jesus
Missional tem sido a palavra do momento. No Brasil dizer que sua igreja é missional parece pop, diferente e carrega consigo perguntas que carecem de mais explicações. ”Tem-se a impressão de que a conexão de alguns com o termo “missional” se dá muito mais por modismo do que por convicção” (Michael Goheen, A igreja missional na Bíblia, p. 9). O que é igreja missional? Como isso pode ser assimilado como narrativa comum das igrejas locais sem o risco da banalização do termo? O evangelho de João abre um leque extraordinário quando afirma que a missão da igreja deve ser derivada da missão de Jesus – “Assim como o pai me enviou, eu também vos envio” Jo 20:21. Nesse sentido, missão não é meramente uma atividade da igreja. Missão é o resultado da iniciativa de Deus, arraigado no seu propósito de restaurar e sarar a Sua criação (Cl 1:15-22; 2 Co 5:17-21; Lc 4:14-31). Missão é parte do caráter de Deus. Do Gênesis ao Apocalipse encontramos a narrativa de um Deus missionário que envia e é enviado (Is 6:8; 61; Ml 3:1; Jo 1:6). A palavra missão vem do latim “missio” e do grego “apostello” que significa “enviar”. Em termos simples a igreja missional é a igreja enviada – com força e propulsão orientada para fora. O Apóstolo João apresenta duas características da Grande comissão em Jo 20:21: 1) A igreja é missional – enviada (Mt 28:19), impulso orientado para ir, sair, enviar, espalhar;  e 2) a igreja é encarnacional – “Assim como o Pai me enviou…” “O verbo se encarnou e habitou entre nós” (Jo 1:14), tornando-se um com o perdido, compartilhando o dia a dia com as pessoas, comendo, celebrando, chorando, e festejando juntos com proximidade e profundidade. Normalmente, igrejas que se dizem “missionais” mas não são “encarnacionais” tem um bom relatório de atividades no final do ano, mas relacionamentos superficiais. A igreja verdadeiramente missional, sempre será também encarnacional. Igrejas assim terão histórias para contar de pessoas com quem eles estão compartilhando a vida, independente desses novos discípulos estarem participando imediatamente dos cultos ou não. Para Alan Hirsch, o ministério encarnacional basicamente significa levar a igreja até as pessoas ao invés de trazer somente as pessoas para a igreja (Alan Hirsch, Caminhos esquecidos. p 146). Nessa perspectiva, o mais importante não é as pessoas na comunidade conhecerem o nome da igreja, mas as pessoas da igreja conhecerem o nome das pessoas da comunidade. Por isso, “todo seguidor de Jesus tem uma obra a fazer como missionário de Cristo, na família, na vizinhança, na vila ou cidade em que reside” (Ellen G. White. Serviço cristão, p. 18). De acordo Michael Frost, “ser “Missional” tem pouco a ver com cultos modernos, luzes, musica de qualidade e prédios. Mas tem tudo a ver com o Cristianismo autêntico de IMITADORES de Cristo. Imitadores que estão fazendo de tudo para serem acusados de “glutões, beberrões, e amigo de pecadores”. Além de serem enviados, encarnam e habitam – convivendo com pessoas no mundo e se relacionando de uma maneira profunda, intima, e significativa” (Michael Frost, The five habits of Highly missional people. 2015). Assimilar uma narrativa da prática missional conduz a exploração da pessoa, dos ensinos e do impacto de Jesus. Dessa compreensão brota o significado do nosso propósito e missão no mundo. Assim, a base missional não surge como mais uma onda, moda, mas como postura da igreja, baseada na missão de Deus (Missio Dei) e no modelo missionário de Jesus (Missio Christi). Disso também emerge as formas, finalidade, atributos e papel da igreja, conduzindo a comunidade de crentes a viver dessa prática missional de Jesus em todas as suas estruturas, ministérios e práticas.  Isso em última análise dita o que é sucesso para a igreja, seu foco primário e onde se canaliza os recursos, tempo e energia. A busca para ser uma igreja missional é antes de tudo um resgate dos valores e visão fundamentais da igreja como agente do estabelecimento do Reino de Deus – que corresponde a uma comunidade de contraste que atrai e denuncia completamente centradas no evangelho, na cidade e na missão (2 Co 5:17-21; Lc 4:43 ver,  Timothy Keller. Igreja centrada. 2014). Por fim, igrejas missionais são verdadeiros modelos do chamado de Deus à Abraão – “Sai e vai, seja uma benção, e abençoarei o mundo todo (Gn 12:1-3; 1 Pe 3:9).

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